sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O fim & A prece

"Estão sendo organizados em todos os lugares.

E é a responsabilidade dos oficiais do exército.

Cada cidadão responsável deve ter coragem e calma... ajudando o exército a manter... a calma, a ordem e a disciplina.

Nosso pior inimigo agora é o pânico.

É contagioso e não deixa o bom senso prevalecer.

Ordem e organização. Nada mais, meus cidadãos.

Manter a ordem. Ordem... contra todo esse caos.

Eu imploro, humildemente, para serem corajosos... e manterem o espírito do bom senso.

Infelizmente, também em nosso país... há uma base com quatro ogivas e, provavelmente... estas ogivas serão bastante trágicas...

Será usado contra nós.

A comunicação pode ser interrompida a qualquer momento... mas, já falei o mais importante... meus concidadãos.

Todos devem permanecer em seus lugares.

Não há nenhum lugar seguro na Europa.

Desta maneira estamos todos... forçados a permanecermos na mesma situação.

Todos os distritos estão sob controle militar"

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"Pai nosso que estais no céu... santificado seja o vosso nome.

Venha a nós o Vosso reino e seja feita a Vossa vontade... assim na Terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje... e perdoai as nossas ofensas assim como nós... perdoamos a quem nos ofendeu.

Não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

Oh, Deus! Nos salve neste terrível momento.

Não deixe suas crianças morrerem... nem os meus amigos, minha esposa...

Victor, todos que amam a Vós, todos que em Vós acreditam... todos que em Vós não acreditam porque são cegos... todos que, simplesmente, não vos deram atenção... porque até hoje nunca sofreram.

Todos que, neste momento, perderam suas esperanças, seus futuros... suas vidas e a possibilidade de seguir Vossos pensamentos.

Aqueles apavorados, sentindo o fim chegar... sentindo o pavor, não por si, mas pelo próximo.

Para aqueles que não têm ninguém... além de Vós para proteger... porque esta guerra é a última... uma guerra horrível.

E após, não haverá vitoriosos e nem perdedores... nem cidades e nem vilarejos... nem pasto e nem árvores, nem água nos poços, nem pássaros no céu.

Darei-te tudo que tenho, abandonarei a minha família que amo.

Destruirei minha casa...

Desistirei do meu filho.

Ficarei mudo, nunca mais falarei com ninguém.

Eu desistirei de tudo que me une com a vida... se Vós fizerdes tudo voltar como era antes... como era nesta manhã, como era ontem.

E livrai-me desse mortífero, nojento e animalesco pavor.

Sim, disso tudo!

Deus! Ajudai-me!

Farei tudo que prometi!"


Offret

Um comentário:

dan disse...

Por que precisamos do olhar do outro para saber quem somos? Por que nossas idéias só nos parecem nossas quando alguém assim as aponta? Por que essa vontade imensa de ter aquilo que nos foi dado no encontro exposto em palavras expostas?
Acho que é porque
"Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro." (Mário de Sá-Carneiro)
[como eu fui um dos "poucos leitores" não tive como não deixar de marcar minha bisbilhotada :-D]